quinta-feira, 25 de março de 2010

Liberdade



História de uma gata - Chico Buarque
O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé...de gato
Me diziam, todo momento
Fique em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda a noite vão cantando assim

Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás

De manhã eu voltei pra casa
Fui barrada na portaria
Sem filé e sem almofada
Por causa da cantoria
Mas agora o meu dia-a-dia
É no meio da gataria
Pela rua virando lata
Eu sou mais eu, mais gata
Numa louca serenata
Que de noite sai cantando assim

Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás

Um comentário:

Por toda minha Vida disse...

Assuntos que sempre deixam brechas...
A morte da matéria, corpo, não me assusta ou acho que seja horrível e depressivo tal texto, poesia, crônica, a meu ver existem mortes piores como a da verdade que nunca existiu, o amor que só te enganou, a morte dos sentimentos que por acasos na vida se vai. Estar na fila é inevitável o que você vai fazer enquanto espera é o que vale. A morte é só o princípio. Ter medo dela é bobagem e depressivo. Viva a vida, só isto já é suficiente.

Renata depois te explico...